quinta-feira, 7 de novembro de 2013


Com zero de ganhos antes da WSOP, “baladeiro” pode se tornar novo imortal do poker

por SuperPoker

A mesa final do Main Event da WSOP de nível mais alto na história. Ou pelo menos uma das mais fortes já vistas. Assim a FT do maior torneio do mundo era definida até esta segunda-feira. 
Na reta final da WSOP deste ano a habilidade prevaleceu, com ótimas campanhas de grandes nomes do poker, como os americanos JC Tran e David Benefield. A habilidade ameaçava reinar absoluta. Tudo parecia conduzir para um duelo de gigantes, uma batalha em que os Davis da vida não teriam vez.  Tudo não passou de uma mera impressão, porém.
O poker, sempre afeito a ironias, comprovou que – embora os melhores triunfem a longo prazo –, em um torneio tudo pode acontecer. Até a vitória de um amador “puro-sangue”, como é o caso do promotor de eventos Jay Farber – chipleader do torneio, com 105.150.000 fichas (Ryan Ries, o outro sobrevivente no maior torneio do mundo, tem 85.675.000 fichas).
Até a metade de 2013, Farber era apenas mais um na multidão do mundo do poker, ou melhor, sequer fazia parte deste universo. Era (e ainda é) um promotor de eventos, e sua ligação com o poker era meramente geográfica. O hoje maior candidato a campeão mundial vive em Las Vejas, capital do jogo.
Farber - que trabalha organizando festas - praticava o esporte da mente apenas entre seus amigos e, até conseguir a vaga no maior torneio do mundo, por meio de um satélite, nunca havia conquistado um único ITM (zona de premiação) na sua carreira. Nem um único ITM!
DAVI E GOLIAS
Desde então, porém, tudo mudou. O promotor de baladas, antes amigo das celebridades (entre elas astros do poker, como Michael Mizrachi e Bem Lamb), agora sente o gosto de ser ele mesmo uma celebridade.
Ao virar um November Niner e agora ao entrar como favorito no heads-up contra Ries, Farber “agrega” – diriam os especialistas no mundo dos famosos – valor à sua imagem. Não seria de se surpreender que em algumas horas Michael Mizrachi e Bem Lamb se tornem eles os “amigos” de Farber, caso ele se torne na madrugada desta quarta-feira o campeão da 44ª edição do M.E. da World Series of Poker, e um novo milionário do esporte mundial.
São apenas algumas horas, menos de um dia, separando a vida de Farber do futuro. A vida se dividirá em antes e depois da WSOP, não apenas pelo dinheiro (afinal ele já garantiu mais de US$ 5 milhões), mas pela fama, pela glória, pela “imortalidade”, pelos amigos (verdadeiros ou não) que virão, pelos olhares de mil novas mulheres que hão de surgir.
A vida dos finalistas da WSOP – especialmente Farber – está prestes a mudar, provavelmente para melhor. Resta saber se eles estão preparados para as mudanças e, antes disso, para a pressão de disputar a mesa final do Campeonato Mundial aos olhos do mundo.  
Farber – amador, desconhecido e com cara de gente comum – parece uma versão moderna de Chris MoneyMaker, o amador, que trabalhava como contador, e venceu o ME da WSOP em 2003.  Um título do promotor de eventos seria de alguma maneira uma reedição do feito de MoneyMaker, marcada especialmente para o aniversário de 10 anos do torneio que mudou a história do poker mundial.
Faltam algumas horas apenas para esse baixinho comprovar sua vocação para Davi diante do Golias Ries, gigante na altura e conhecido como A Besta no meio do poker. Amanhã será um novo dia, o primeiro dia do resto da vida daquele que levar consigo o bracelete da WSOP.

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